Olá a todos! Meu nome é Camilla Marcos, sou Procuradora do Estado do Amazonas desde 2019. Antes disso, fui Tabeliã de Notas no Estado da Bahia por dois anos. Da trajetória até alcançar esses cargos, entre acertos e erros, tirei algumas lições.
Muito honrada com o convite da minha amiga Juliana Lira, venho compartilhar com vocês (os queridos “pupilos”) um pouco destas impressões e da minha experiência sobre esse caminho que tantos resolvem trilhar.
Pensei em inúmeros temas para tratar aqui, afinal, diversas questões se levantam quando queremos estudar para concursos: a decisão de iniciar, o processo, a vida após a aprovação... enfim. Confesso: até esbocei algumas linhas sobre estratégias de estudo, ajuste de erros e outras questões de ordem prática.
Mas, no momento em que estamos, de tantas ansiedades e de profusão de manchetes apocalípticas, inclusive sobre o futuro dos concursos públicos, resolvi tratar do que acho mais importante de ser dito agora: a valorização dos nossos sonhos, essas fagulhas de força vital, que nos mantem vivos e em movimento.
Muito além de molas propulsoras, os sonhos são catalisadores do nosso desenvolvimento. Explico: para concretizá-los, precisamos aperfeiçoar partes de nós que nos transformem em quem queremos ser e, assim, nos tornem aptos a estar onde queremos estar.
Sonhos são, de fato, impulsionadores. Quem de nós nunca imaginou a emoção que seria ver o seu nome na lista de aprovados do concurso almejado? Melhor ainda: ver a nomeação no diário oficial? (Curiosidade: entre estes dois momentos, recebemos uma ligação do setor de pessoal do órgão público, para confirmar o interesse em ocupar o cargo. Esse momento é, seguramente, um dos mais deliciosos. É como um marco inicial de tudo o que está por vir).
Imaginamos, ainda, a cerimônia de posse, fotos com a família orgulhosa, conhecer os novos colegas, receber congratulações. Tenho certeza que os mais detalhistas, como eu, imaginam até mesmo a roupa que usarão nesse dia (Curiosidade 2: vesti algo totalmente diferente do que pensei!).
Sei que, entre livros enormes de grifos multicoloridos e um cronograma que parece insuperável, esses dias se afiguram sempre muito distantes. Tenho uma boa notícia: não estão.
O servidor público que queremos e podemos ser – assim como o bom amigo, o bom filho, o bom marido ou esposa, e assim vai... – já existe dentro de nós. O que separa quem somos hoje de quem podemos ser é o desenvolvimento de nossas virtudes.
Por isso, costumo dizer que estudar para concursos é muito mais do que adquirir conhecimento jurídico. É controlar as nossas vontades imediatas, praticar a paciência, humildade, perseverança. Aprender a vencer a inércia humana todos os dias.
Quando nos propomos a fazer algo desafiador, o primeiro passo consiste em saber que nos depararemos frontalmente com as nossas fraquezas. Muitas vezes, afogados em nossas vaidades, ignoramos o que precisa ser desenvolvido em nós.
Se não temos disciplina, o nosso desafio será voltar à mesma mesa, aos mesmos livros, lutar contra as distrações; se sentimos culpa, o desafio será olhar amorosamente para nossas limitações; contra o egoísmo, compartilhar conhecimentos com os colegas de estudos; contra a soberba, trabalhar a humildade e a aceitação do tempo de maturação do processo.
Assim, convém utilizar esse período inteligentemente: estejamos atentos ao que precisa ser melhorado e trabalhemos nisso, dia após dia, com a alegria de quem reconhece a graça que é esta oportunidade, e não com o pesar de quem tem isso como um fardo.
Depois de aprovados, novas questões surgirão, na rotina de trabalho, nas responsabilidades do cargo, na mudança para uma nova cidade, enfim. É a linha da vida se desenhando. As imperfeições fazem parte dela, e que bom! Nos ajudam a melhorar.
Nunca deixem de sonhar!! A hora chega!
Foto da posse da PGE/AM.
Um grande beijo.
Por Camila Marcos.
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